CF Dr. Hans Jurgen Fernando Dohmann

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28 de jul. de 2015

28 de Julho - Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais

28 de Julho - Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais


A partir de iniciativa e propostas brasileiras, a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2010, instituiu a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Desde então, o Ministério da Saúde, por meio do seu Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, vem cumprindo uma série de metas e ações integradas de prevenção e controle nos níveis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento das hepatites virais no Brasil.
PrevençãoExistem várias medidas que podem evitar a transmissão das hepatites virais:
* Usar preservativo em todas as relações sexuais;
* Exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings;
* Não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure;
* Não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas;
* Não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas e pipadas, como o crack.
Vacinação
A vacina contra a hepatite B deve ser recomendada para jovens até 29 anos, para as populações vulneráveis* (em especial, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas) e para profissionais de saúde. É um direito e é a melhor forma de evitar a hepatite B. Essa vacina faz parte do calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível em todas as  salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS) – cerca de 32 mil, no total. Todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde. A vacina está disponível no SUS desde 1998.
A oferta dessa vacina estende-se, também, a outros grupos em situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária.
Populações mais vulneráveis
Gestantes, após o primeiro trimestre de gestação; pessoas com doenças sexualmente transmissíveis (DST); bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários; carcereiros de delegacia e de penitenciárias; coletadores de lixo hospitalar e domiciliar; comunicantes sexuais de portadores de hepatite B; doadores de sangue; homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo; lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais; pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, entre outras); manicures, pedicures e podólogos; populações de assentamentos e acampamentos; populações indígenas; potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos; profissionais do sexo/prostitutas; usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas e caminhoneiros.
DiagnósticoNo Brasil, enquanto a hepatite B é mais frequente na faixa etária de 20 a 49 anos, a hepatite C acomete mais pessoas entre 30 e 59 anos. A maioria dessas pessoas desconhece sua condição sorológica. No caso da hepatite C, por exemplo, há pessoas que fizeram transfusão de sangue antes de 1993 (quando não havia teste para diagnosticar a doença) ou que utilizaram seringas não esterilizadas que podem estar infectadas pelo vírus da hepatite C sem saberem. A hepatite é a inflamação do fígado, uma doença que nem sempre apresenta sintomas. Muitas pessoas só percebem que estão doentes (principalmente dos tipos B e C) quando as manifestações já são graves, como cirrose ou câncer de fígado. Esses pacientes levam anos para descobrir que estão infectados. Realizar o diagnóstico precoce das hepatites é um dos principais determinantes para evitar a transmissão ou a progressão dessas doenças e suas graves consequências. Os testes para as hepatites estão disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fique SabendoO Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já mantém uma estratégia de mobilização para o diagnóstico de aids, sífilis e hepatites: o Fique Sabendo. A estratégia, criada em 2003, tem grande aceitação e credibilidade entre profissionais e gestores de saúde pública. As mensagens desta campanha devem estar alinhadas às diretrizes do Fique Sabendo.
O papel do profissional de saúdeO momento de consulta é uma oportunidade que o profissional de saúde tem para, não só recomendar o exame para a aids, mas também o de hepatites e o de sífilis. O resultado do exame de hepatite possibilita ao profissional de saúde notificar a doença e dar à Saúde do país o panorama real do número de casos existentes. Isso é fundamental para o desenvolvimento de políticas de prevenção e combate à doença.
    
MetasO Brasil tem como prioridade, até neste ano 2015, a realização de campanhas nacionais que estimulem os seus cidadãos a se vacinarem gratuitamente contra a hepatite B e buscarem o diagnóstico precoce. O objetivo é atingir cobertura vacinal superior a 90% e identificar os quase dois milhões de brasileiros que o Ministério da Saúde estima que estejam infectados pelos os vírus B e C.
Mais informações sobre hepatites virais estão disponíveis no link
www.aids.gov.br/hepatites-virais

29 de jun. de 2015

ZIKA VIRUS

ZIKA VIRUS


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Pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, Gúbio Soares e Silvia Sardi, identificaram o Zika virus(ZIKV), responsável pelo surto da “doença misteriosa” que vitimou inúmeras pessoas em Salvador e em vários outros municípios da Bahia. Também há indícios da doença em estados do Norte e Nordeste.
Zika virus foi isolado, pela primeira vez, em 1947, num macaco Rhesus utilizado para pesquisas na Floresta de Zika, em Uganda, no continente africano. Aproximadamente 20 anos depois, ele foi isolado em seres humanos na Nigéria. Dali, ele se espalhou por diversas regiões da África e da Ásia e alcançou a Oceania. Possivelmente, ele entrou no Brasil trazido por turistas que vieram assistir à Copa do Mundo de Futebol, em 2014.
No nosso país, o vírus Zika encontrou o mosquito que, entre outros do mesmo gênero (Aedes albopictus, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus, etc.), serve de vetor para sua transmissão: o Aedes aegypti, também transmissor da dengue, da febre chicungunha e da febre amarela. Macacos e seres humanos costumam ser os hospedeiros.
De certa forma, os sintomas são semelhantes nessas doenças, porém menos graves na febre Zika: febre por volta dos 38 graus, dor de cabeça, no corpo e nas articulações, diarreia, náuseas, mal-estar. A erupção cutânea (exantema) acompanhada de coceira intensa pode tomar o rosto, o tronco e os membros e atingir a palma das mãos e a planta dos pés. Fotofobia e conjuntivite são outros sinais da infecção pelo Zika virus.
O período de incubação varia entre 3 e 12 dias após o contágio. A enfermidade é autolimitada. Em alguns dias, o organismo se encarrega de combater o vírus, que desaparece sem deixar sequelas.
Não existe vacina contra a doença, que é de notificação compulsória. A única forma de prevenção é combater os focos do mosquito Aedes, típico das regiões urbanas de clima tropical e subtropical, e que ataca principalmente nos períodos de muito calor e chuva, pela manhã e ao entardecer.
Como nas outras viroses, o tratamento visa ao alívio dos sintomas com analgésicos, anti-inflamatórios não-esteroides e antitérmicos que não contenham ácido acetilsalicílico. É muito importante manter o paciente bem hidratado e procurar um médico para assim que os primeiros sintomas se manifestarem.

HERPES-ZÓSTER

HERPES-ZÓSTER


Esper Kallás é médico infectologista. Professor de Imunologia Clínica e Alergia da Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo, pertence ao corpo clínico do Hospital do Servidor Público de São Paulo e do Hospital Sírio-Libanês.

Herpes é uma doença identificada, na maior parte das vezes, pelas vesículas que aparecem nos lábios e que algumas pessoas chamam inadequadamente de febre intestinal. Essa lesão caracteriza o herpessimples que pode acometer também os genitais.
No herpes-zóster, popularmente conhecido como “cobreiro”, as pequenas vesículas que se formam na pele acompanham o trajeto das raízes nervosas (imagem 1) numa faixa que pega sempre um lado só do corpo.
Causada pelo vírus da catapora, a enfermidade fez a fama de muitos benzedores que passavam um traço dividindo o corpo da pessoa infectada em duas metades e preconizavam – “Daqui não vai passar”.  E nunca passava mesmo, porque a doença afetava apenas o nervo que vinha pelo lado direito, por exemplo. Do lado oposto, o nervo era outro, vinha da esquerda e não estava comprometido.
 AGENTE ETIOLÓGICO
Drauzio – Qual é o agente etiológico, isto é, o germe responsável pela doença herpes-zóster?
Esper Kallás – O agente causador do herpes-zóster é um vírus chamado Varicela-zoster e que não deve ser confundido com o vírus do herpes simples que causa lesões na boca e nos genitais.
O Varicela-zoster é o agente de duas doenças: da catapora e do herpes-zóster. A catapora, ou varicela, é transmitida de pessoa para pessoa, acomete principalmente crianças em idade escolar e provoca lesões no corpo todo, braços, pernas, rosto, tronco e, às vezes, até dentro da boca (imagem 2). São lesões em forma de vesícula, isto é, pequenas bolhas cheias de líquido, cercadas por uma área avermelhada característica de inflamação. Depois, essas bolinhas d’água criam cascas chamadas crostas (imagem 4) que secam e caem, deixando uma pequena cicatriz que desaparece com o tempo. Na esmagadora maioria dos casos, a doença evolui para cura espontânea. Embora seja incomum, a varicela pode ocorrer em pessoas de mais idade, como é o caso da senhora que aparece na imagem 3.
O herpes-zóster é outro tipo de doença causada pelo mesmo vírus que fica incubado num nervo depois que provocou catapora. Cerca de 20% das pessoas podem ter herpes-zóster em algum momento da vida.

      
CARACTERÍSTICAS DAS LESÕES
Drauzio – Quer dizer que o vírus da varicela, que persiste por anos, pode reaparecer sob nova apresentação? 
Esper Kallás – Embora seja causado pelo mesmo vírus que avaricela, o herpes-zóster não é transmitido de pessoa para pessoa por via respiratória. O vírus fica incubado no nervo e, por alguma razão que não conhecemos ainda, caminha por ele e provoca lesões parecidas com as da catapora. A imagem 5 mostra as vesículas num nervo que saiu da coluna e foi até a metade do corpo e a imagem 6, as lesões localizadas entre o tórax e o abdômen do paciente.
O herpes-zóster pode causar lesões discretas ou mais numerosas. Nesse caso, as bolhas se misturam umas com as outras formando o que se chama de confluência. Na imagem 7, pode-se ver uma lesão que acompanha o nervo que vai para o braço e chega quase até o punho.
Drauzio – Como seguem a raiz nervosa, essas lesões podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas sempre em apenas um dos lados…
Esper Kallás – Uma das principais características do herpes-zóster ou cobreiro é que a lesão não ultrapassa a metade do corpo, ou seja, a linha média que divide o corpo em duas partes: o lado direito e a lado esquerdo.

(Figura 7 não presente)

Drauzio – Quando o herpes-zóster acomete a face (imagem 8), quais as características mais importantes e as complicações mais frequentes?
Esper Kallás – O herpes-zóster pode caminhar pelo nervo que vai para a face. Em regiões como o tórax ou a perna, a conduta seria esperar que as feridas desaparecessem depois de sete dias. Na face, a situação é diferente. Ele pode acometer os nervos que vão para o olho a causar ceratite, uma inflamação da córnea (membrana transparente que recobre o olho), o que pode causar problemas de visão. Herpes-zóster na região da face, além do tratamento convencional, requer cuidados especiais também do oftalmologista.

SINTOMAS E TRANSMISSÃO DA DOENÇA
Drauzio – Quais são os principais sintomas do herpes-zóster?
Esper Kallás – Os primeiros sintomas são um pouco de formigamento e dor no lugar onde vão aparecer as lesões e, em alguns casos, febre baixa no primeiro dia. Depois, começa a aparecer vermelhidão no local afetado e só então eclodem as bolinhas com água, ou seja, as vesículas contendo o vírus.
Drauzio – Quantos dias leva entre o aparecimento das primeiras alterações de sensibilidade e o aparecimento das lesões?
Esper Kallás – De um a dois dias. Uma vez instaladas as lesões, se a pessoa gozar de boa saúde, em sete dias mais ou menos todas terão criado crosta e a doença praticamente terá chegado ao fim.
Como no herpes-zóster a lesão é localizada, não há transmissão respiratória, mas a doença pode ser transmitida através do contato, porque o vírus está ativo dentro das lesões vesiculares. Portanto, quem tem criança vivendo na mesma casa não precisa ter medo de transmitir o vírus apenas por conviver no mesmo ambiente com a pessoa infectada.
Drauzio – Quer dizer que o vírus incubado corre por dentro do nervo, chega até a pele e está presente nas vesículas que se formaram?
Esper Kallás – Está presente. Aliás, essa capacidade de correr pelo nervo pode causar inflamação intensa e dor muito forte nesse local. Essa é outra característica do herpes-zóster.
Drauzio – Que cuidados a pessoa com lesões herpéticas deve tomar em relação aos contatuantes?
Esper Kallás – O mais importante é tomar cuidado com a manipulação da ferida. A pessoa deve lavar as mãos com água e sabão antes e depois de lidar com a lesão e, se por acaso notar que as bolinhas estão estourando, deve cobrir a região para não deixar que o líquido contendo vírus vaze, o que facilitaria a contaminação de outras pessoas.
Drauzio – Nesse caso, separar toalhas e objetos pessoais que entram em contato com a lesão é muito importante.
Esper Kallás – É importante. Além disso, outra medida que se aconselha é usar substâncias como água boricada  para impedir que bactérias se alojem sobre as bolinhas e causem infecção.

NEVRALGIA
Drauzio – Fale sobre a dor no herpes-zóster.
Esper Kallás – Como o herpes-zóster caminha por um nervo responsável pelas sensações da região onde se situa, sua inflamação pode provocar uma dor intensa chamada nevralgia exatamente no local em que a lesão apareceu.
Em crianças e jovens, a dor pode ser mais fraca ou até inexistente. O problema é quando ela acomete pessoas de idade mais avançada, porque a inflamação do nervo pode ser de tal magnitude que provoca uma nevralgia que persiste por muito tempo – em média mais de cem dias – e exige a prescrição de remédios potentes para tirar a dor. Há, ainda, um porcentual pequeno de pessoas que manifesta dor permanente depois da crise de herpes.
Em termos de tratamento, a primeira coisa a fazer para controlar a dor é dar remédios contra o herpes-zóster o mais cedo possível. A segunda é tratar as pessoas que apresentam nevralgia por tempo prolongado com medicamentos para esse tipo específico de dor causado pela inflamação do nervo.

HERPES-ZÓSTER E AIDS
Drauzio – Fale um pouquinho sobre a relação entre herpes-zóster e imunodepressão, especificamente a dos pacientes com AIDS que apresentam herpes-zóster.
Esper Kallás – O herpes-zóster só se manifesta em aproximadamente 20% das pessoas durante a vida inteira e não sabemos exatamente por que isso acontece. Aparentemente, existe equilíbrio entre o vírus que fica incubado e o sistema de defesa do organismo, o sistema imune. Se essa defesa baixa um pouco, o vírus tem facilitadas as condições para causar o cobreiro.
Pessoas com sistema imune muito rebaixado estão mais predispostas a manifestar herpes-zóster. Portadores de HIV com deficiência do sistema imune instalada, indivíduos com alguns tipos de câncer ou que tomam remédios imunodepressores estão mais sujeitos ao aparecimento da doença que pode ter duração prolongada e, às vezes, extrapolar a região do nervo e distribuir-se por outras áreas do corpo. Nesse caso, a doença não está mais localizada, requer cuidados redobrados e tratamento muito mais agressivo.
Drauzio – Os casos em que a doença se dissemina pelo corpo, embora muito graves, são raros e, para que se instalem, o sistema imunológico precisa estar muito debilitado.
Esper Kallás – É verdade. E, porque são muito graves, requerem cuidados especiais. Por exemplo: os antivirais precisam ser ministrados por via intravenosa para se ter certeza de que a quantidade de medicamento é suficiente para conter o avanço da doença.

PRENÚNCIO DE OUTRAS DOENÇAS
Drauzio – Vamos pensar na pessoa normal que de repente começa a sentir uma sensação esquisita, um pouco de dor e dois dias depois vê eclodir as lesões do herpes-zóster sem que nenhuma enfermidade de base justifique esse aparecimento. Alguns médicos defendem que esses casos precisam ser investigados, porque podem ser sinal de uma infecção oportunista denunciando a presença de que alguma coisa mais grave está ocorrendo no organismo. Há justificativa científica para essa conduta?
Esper Kallás – Por muitas décadas, a classe médica esteve preocupada com esse problema e foram feitos vários trabalhos envolvendo centenas de pessoas com herpes-zóster para verificar se sua presença era sinal de doenças como a deficiência imunológica ou algum tipo de câncer, por exemplo. No entanto, como todas essas pesquisas não foram capazes de estabelecer relação entre o herpes-zóster e o prenúncio de doenças mais graves, a investigação foi abandonada. Assim, pessoas com herpes-zóster não precisam ficar preocupadas com a possibilidade de estarem imunologicamente deprimidas, exceto se outros sintomas, além do herpes-zóster, sugerirem a presença de doenças mais graves.
 Drauzio – Nós já mencionamos que são mais susceptíveis de apresentar herpes-zóster as pessoas com AIDS ou fazendo tratamentos que debilitam muito a imunidade.  Diabéticos também estão mais sujeitos a desenvolver a doença?
Esper Kallás – Não. Sabe-se que a principal causa do herpes-zóster é a depressão imune, mas não se conseguiu estabelecer correlação entre seu aparecimento mais frequente e outras enfermidades.
USO DE ANTIVIRAIS
Drauzio – Hoje, existem antivirais potentes para o tratamento do herpes-zóster. Quando devem ser prescritos?
Esper Kallás – O herpes-zóster tem uma história de resolução natural. Mesmo que nada seja feito, provavelmente em sete dias a pessoa estará curada. A grande vantagem do tratamento precoce está em diminuir a possibilidade de instalação da nevralgia, da dor intensa, especialmente nas pessoas acima de 40 anos.
Portanto, assim que se nota o aparecimento das primeiras vesículas, o indicado é introduzir a medicação, na maior parte das vezes por via oral. Hoje, existem vários medicamentos diferentes que cumprem essa função. O primeiro a aparecer foi o aciclovir que pode ser tomado na forma de comprimidos. O único inconveniente desse remédio é que precisa ser tomado de quatro em quatro horas, enquanto outros antivirais podem ser tomados duas ou três vezes por dia apenas. Isso facilita a adesão ao tratamento que deve ser mantido pelo período curto de cinco dias.
Drauzio – Alguns casos exigem tratamento mais prolongado?
Esper Kallás – Exigem tratamento um pouco mais prolongado as pessoas com sistema imune muito debilitado ou com herpes-zóster mais agressivo e persistente.
Drauzio – Você disse que os primeiros sintomas são formigamento e dor. Depois aparecem as vesículas com líquido em seu interior, que criam uma crosta e caem encerrando o episódio de herpes –zóster. Você disse também que o tratamento deve ser instituído o mais rapidamente possível. Há momentos em que não adianta mais tratar?
Esper Kallás – Quando as vesículas já criaram casquinhas, ou crostas, é sinal de que o vírus não está mais lá e que o sistema de defesa deu conta de debelar a infecção. Nesse caso, não vale mais a pena tratar, porque já se perdeu a oportunidade de aproveitar os benefícios do uso do antiviral.
Drauzio – Depois que as crostas se formaram, o vírus saiu da pele, mas não desapareceu do organismo. Ele volta para dentro da raiz nervosa e as células de defesa e os anticorpos não conseguem atingi-lo. Isso indica que o herpes-zóster pode recidivar?
Esper Kallás – Pode, mas é muito incomum. As recidivas só ocorrem em aproximadamente 4% das pessoas que gozam de boas condições de saúde. Portanto, quem já teve um episódio de herpes-zóster dificilmente terá outro.
VACINAS
Drauzio – Existe vacina contra o vírus Varicela-zóster?
Esper Kallás – Existe uma vacina contra esse vírus usada na prevenção da catapora em crianças. Ministrada em dose única a partir de um ano de idade, garante de 90% a 100% de proteção, segundo todos os estudos realizados. No Brasil,  ela já consta do sistema gratuito de vacinação.
É possível que essa vacina também previna episódios de herpes-zóster. No entanto, tal hipótese demanda tempo para ser comprovada, uma vez que a vacina é relativamente recente.
Drauzio – Mas especificamente contra o herpes-zóster existe vacina?
Esper Kallás – No Brasil, desde abril de 2014, podemos contar com uma vacina em dose única específica contra o herpes-zóster. Chama-se Zostavax e tem aprovação da Anvisa para ser ministrada a partir dos 50 anos, fase em que as pessoas apresentam maior risco de desenvolver a doença. Além de reduzir um pouco a possibilidade de reativação do vírus, essa vacina previne a incidência da nevralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos.    
Drauzio – Vale a pena vacinar contra catapora pessoas que vão fazer tratamento agressivo contra o câncer ou transplante de órgãos?
Esper Kallás – O primeiro passo é saber se a pessoa teve ou não varicela ou catapora. Se teve, não adianta vacinar, porque já entrou em contato com o vírus. Caso contrário, vale a pena fazer a vacina.
A vacinação também é indicada para crianças com certos tipos de leucemia e de linfomas e que não entraram na faixa etária de maior exposição ao vírus Varicela zoster. Para as pessoas de mais idade, como o vírus é muito comum e facilmente transmissível, a maioria já entrou em contato com ele e a vacina contra catapora não trará benefício algum.

http://drauziovarella.com.br/letras/h/herpes-zoster/

21 de jun. de 2015

21 de junho - Dia Nacional do Controle da Asma

21 de junho - Dia Nacional do Controle da Asma



1. O que é a asma?

A asma caracteriza-se pela ocorrência repetida de tosse, aperto no peito, chiado e falta de ar principalmente durante a noite e esforço físico.

2. Como eu sei se tenho asma?

O diagnóstico é simples: se uma pessoa tem episódios repetidos de aperto no peito, tosse, chiado e falta de ar principalmente durante a noite, ela tem asma.


1. Sofre falta de ar muitas vezes durante a semana?
2. Essa falta de ar é acompanhada de chiado ou aperto no peito?
3. Tem tosse persistente e seca durante a noite ou ao acordar?
4. Já acordou no meio da noite com o peito apertado ou com falta de ar?
5. Esses sintomas pioram ou começam a aparecer ao praticar atividade física?
6. Fica mais cansado que os colegas ao praticar o mesmo exercício?
7. Esses sintomas aparecem quando você entra em contato com substâncias irritantes – como poeira, cigarro, mofo, perfumes – ou com mudanças bruscas de temperatura?
8. Suas gripes ou resfriados são mais demorados e com mais sintomas que os de seus amigos?
9. Alterações emocionais – como riso, choro ou tensão – costumam desencadear esses sintomas?
10. Quando sofre de falta de ar costuma usar algum medicamento para alívio?

Se alguém responder “sim” à maioria dessas perguntas, é provável que essa pessoa tenha asma.

3. Asma é diagnosticada no exame médico?

Nem sempre. O exame físico do paciente com asma, assim como a radiografia de tórax, pode ser completamente normal. Contudo, nem todo asmático chia e nem toda doença que chia é asma. A história clínica deve ser cuidadosa e, na suspeita de asma, o paciente deve fazer uma prova de função pulmonar.

A espirometria, exame simples qualitativo, realizado em consultório ou em laboratórios, é padrão para o diagnóstico da asma. Neste exame, com um assoprão, medem-se os fluxos e volumes pulmonares.

4. A asma é uma doença comum?

Sim. Os casos têm aumentado dramaticamente nos últimos 50 anos em todo o mundo.

Apesar de comum, muitos pacientes ou não sabem que têm asma ou não querem reconhecer que sofrem da doença. A negação da doença, além de dificultar o diagnóstico, piora o atendimento e a qualidade de vida do asmático.

5. A asma pode matar?

Sim. Apesar de baixa, a mortalidade por asma vem aumentando. A maioria dos óbitos acontece antes da chegada ao hospital, o que demonstra a falta de orientação no tratamento da doença e no procedimento em caso de crise.

6. A asma tem cura?

Não, por outro lado, os medicamentos são muito eficientes no controle da doença. A asma é uma doença crônica, como a pressão alta e o diabetes, e deve ser tratada diariamente.

7. Todos os asmáticos são iguais?

A apresentação da asma é bastante variada de um paciente para outro. No mesmo paciente, a doença pode ser bem controlada em alguns períodos, tendo sintomas mínimos ou ausentes, e em outros, com muitas crises. A asma quando não controlada é imprevisível. O tratamento adequado faz com que a doença fique o maior tempo possível nos períodos tranqüilos.

8. Como eu devo tratar a asma?

Tratar a asma significa o comprometimento do paciente com o tratamento aliada à prescrição do remédio mais adequado. O objetivo no tratamento é atingir a melhor qualidade de vida e a melhor função pulmonar possível, utilizando a menor dose de medicamentos e diminuindo a ocorrência de efeitos colaterais.

Outros objetivos do tratamento da asma são:

- garantir que o paciente realize todas as atividades normalmente tanto na escola como no trabalho (incluindo lazer e esportes);
- manter a função pulmonar normal ou o mais próximo possível da normalidade;
- controlar todos os sintomas respiratórios;
- prevenir a limitação crônica ao fluxo de ar;
- evitar a ocorrência de crises (internações e pronto-socorros);
- reduzir o uso de medicações e seus efeitos colaterais;
- prevenir a morte.

Existem múltiplas opções para tratar a asma. Cada paciente deve descobrir qual é o melhor medicamento e o melhor dispositivo. Não há ninguém melhor que o médico pessoal para orientação e aconselhamento do tratamento mais adequado. Atualmente, não existe asmático que não melhora. Existe asmático que não toma remédio (isto é, que não segue as orientações médicas).

9. Como proceder na crise de asma?

Quando a asma sai de controle, o paciente e sua família devem ir ao pronto-socorro imediatamente.

Sobre o paciente:

- definir claramente os sintomas e condutas que possui: “Sou asmático, uso regularmente tal remédio, mas há três dias estou com mais tosse, chiado e falta de ar. Já usei minha bombinha várias vezes esses dias e hoje já fiz três inalações...”;
- estar acompanhado se estiver passando muito mal, pois o acompanhante pode fornecer informações importantes;
- dizer ao médico, após as primeiras medidas, o grau de melhora dos sintomas. Se não houver melhora, conversar sobre uma possível internação;
- agendar uma consulta (após visita ao pronto-socorro) com seu médico para reavaliar o tratamento de manutenção e as causas da crise.

Sobre o médico:

- tratar com atenção e paciência o asmático em crise;
- ouvir as informações do paciente e de seus familiares;
- não subestimar os sintomas nem as dicas dos pacientes;
- evitar frases do tipo: “O médico sou eu e sei o que faço. Você está nervoso!”;
- ouvir a opinião do paciente em relação à alta ou internação;
- estimular o uso do pico de fluxo no seu serviço. Dar números à crise tornam as coisas mais fáceis;
- aconselhar o paciente a retornar ao seu médico para revisar o tratamento ou iniciá-lo. 

8 de jun. de 2015

09 DE JUNHO: DIA NACIONAL DA IMUNIZAÇÃO

09 DE JUNHO: DIA NACIONAL DA IMUNIZAÇÃO



                                   

No dia 09 de junho comemora-se o Dia Nacional da Imunização. Data pouco lembrada, porém de uma enorme importância. Os feitos alcançados pelas imunizações representam um dos maiores avanços em saúde pública já conquistados pelo homem.
Foi através de extensas campanhas de vacinação que se alcançou a erradicação da varíola do planeta, a eliminação da poliomielite em quase todo o mundo, o controle do sarampo e da rubéola, além da grande queda da mortalidade infantil em diversos países. Porém, a existência ainda hoje de mortes ou sequelas causadas por doenças preveníveis por vacinas nos mostra que há ainda muito por fazer, e este é o grande desafio.
O Brasil pode se orgulhar de ter um dos melhores programas públicos de imunização, o Programa Nacional de Imunização, com coberturas vacinais que são referência em todo mundo. Inclusão de novas vacinas no calendário, distribuição universal das mesmas e produção nacional são demonstrações de nosso bem sucedido programa. Vacinas contra pneumonias, meningites, diarreias e o enfrentamento de uma pandemia de gripe são exemplos de conquistas.
Os avanços não param, e novas e melhores vacinas são desenvolvidas a cada ano. Mais segurança e mais proteção são sempre objetivos a serem buscados. Sonhamos ainda com vacinas contra a dengue, malária, AIDS e tantas outras enfermidades que afetam a nossa população. Certamente este será o século das vacinas.
Temos ainda outro grande desafio pela frente, o de promover o acesso à imunização para todos, especialmente nas regiões mais pobres do mundo, onde a carga de qualquer doença é ainda maior.
Vacinação deixou de ser exclusividade da criança, e hoje adolescentes, adultos, gestantes, idosos e viajantes passam a ser alvo dos programas de imunização específicos para eles. A família passa a ser o alvo da prevenção.
Temos muito que comemorar, mas ainda muito para avançar. É tempo de olhar para trás e reconhecermos os avanços conquistados, mas também é preciso olhar para frente, e refletir sobre o futuro, em busca de uma sociedade mais justa e protegida.

Vacina contra gripe Prorrogada até dia 13.06.2015

Vacina contra gripe Prorrogada até dia 13.06.2015



Vacinação Agora Virou Programa Família ;)

Prorrogada até dia 13.06.2015




*Idosos

*Hipertensos e Diabéticos;
*Problemas respiratórios (Com comprovação médica-Laudo)
*Gestantes;
Puérperas até 45 dias;
*Crianças de 6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias (5 anos incompleto)



7 de abr. de 2015

07 de Abril - Dia Mundial da Saúde

07 de Abril - Dia Mundial da Saúde







O Dia Mundial da Saúde foi criado em 7 de abril de 1948, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), fundamentado no direito do cidadão à saúde e na obrigação do Estado na promoção da saúde.
E você? O que você está fazendo para ter uma vida mais saudável?

Siga as dicas abaixo, e você verá que pequenos cuidados com a sua saúde podem fazer sua vida muito mais feliz!
Água é saúde

Beba bastante água. Entre outros fatores, a água ajuda a regular a temperatura do corpo pela transpiração, leva embora toxinas pela urina e transporta nutrientes e outras substâncias pelo corpo inteiro.
Pratique atividades físicas

Praticar atividades físicas é fundamental. Melhora a função pulmonar e a circulação sangüínea, traz mais disposição pessoal, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, facilita o metabolismo de açúcares e gorduras, ajuda no controle do peso e no condicionamento físico, além de contribuir no retardamento do processo de envelhecimento etc.
Comer para ficar inteligente

Um desjejum ajuda a começar bem o dia, inclua sempre frutas no café da manhã.
E no restante do dia, inclua verduras e legumes no seu cardápio.

Durma bem


Os períodos de descanso aumentam bastante a produtividade. Essas horas melhoram nossa saúde física e são capazes de propiciar uma visão mais otimista a respeito da vida.
Para dormir melhor, evite café preto (puro), bebidas energéticas, guaraná e bebidas alcoólicas à noite e nunca vá dormir com fome ou alimentado em excesso.
Evite também navegar na Internet até muito tarde da noite e dormir com a televisão ligada.

Infográfico

10 Grupos de Saúde
em nossa unidade.
1,293,607 Metros Quadrados
é o tamanho da nossa área de abrangência.
9.576 Usuários
beneficiados por nossa unidade.

Como eu Faço

Como eu Faço
Visita domiciliar, acolhimento e atividades de grupo
Vai Acontecer
Grupos e ações promovidos pela unidade que irão acontecer.
Conheça esta história
História contada por um ACS
Saúde nas Escolas
Integração com as escolas e creches locais.
Protagonismo Juvenil
Grupo de adolescentes que apóiam as ações de promoção da saúde existentes na unidade.
Integração
Saúde da Família e Vigilância em Saúde.
Integração
Ensino-Serviço-Comunidade
Academia Carioca
Processo de trabalho e os principais resultados obtidos pelos educadores físicos.

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